quarta-feira, 29 de junho de 2011

Os sinos de Nagasaki


Paulo Nagai era médico, especialista em pesquisas radiológicas na Universidade de Medicina de Nagasaki, e nessa atividade já se havia contaminado pela radiação nuclear, quando a bomba atômica foi detonada sobre a cidade em 9 de Agosto de 1945.

Juntamente com os demais sobreviventes do hospital universitário, organizou o atendimento inicial às vítimas da cidade e das regiões próximas, durante os primeiros dias após a catástrofe, até que um serviço regular pudesse ser estabelecido.

A maior parte da cidade, formada por casas na tradicional arquitetura de madeira, bambu, papel, desapareceu em segundos, ou talvez numa fração de segundo.

Nagai perdeu a esposa, e permaneceu vivendo em Nagasaki, como milhares de sobreviventes, em barracos improvisados. Ali criou os filhos, preso à cama pela rápida progressão da leucemia, de que já sofria antes. Faleceu seis anos após a explosão, em 1 de Maio de 1951.

O livro recompõe o momento da explosão a partir dos relatos de sobreviventes, os efeitos imediatos, os trabalhos de socorro às vítimas, algumas observações sobre sintomas e remédios nos dias que se seguiram.

Parte significativa do livro é dedicada ainda à filosofia. Convertido ao catolicismo depois de adulto, Nagai traça um quadro rápido de sua formação e dos motivos que o levaram à religião.

O título refere-se à torre da igreja católica, uma das poucas construções de alvenaria. Aparentemente, o vento deslocou o trajeto da bomba em sua direção.
  • Livraria Editora Flamboyant, São Paulo, SP, 2a. Ed., 1959, 202 páginas. Pode ser encontrado em inúmeros sebos virtuais.

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